Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quero ter

Eu tive a oportunidade...
encontrei o que procurava.
Eu tive o seu jeito...
nada me incomodava.
Eu tive o seu peito...
a nada se comparava.
Eu tive o seu ombro...
era tudo o que eu esperava.
Eu tive a sua lembrança...
me contagiava.
Eu tive o seu afeto...
agarrei para ver se durava.
Eu tive o seu corpo...
era o que eu mais desejava.
Agora eu quero ter o seu amor.


1996

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Separação

Invadiu-me e dividiu-me e o sonho não morreu perante a dúvida.
Abraçou-me e se foi sem dizer palavra que me convencesse de que no amor um dia tudo se esvai.
Como custa crer que há separação e entre separação, indiferença!
Custa estar longe desse lugar que tão lúcido me acolheu no bem-estar do coração.

1995

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ao contemplar o pôr-do-sol

Não diga que uma flor não desabrochou dentro de você, que experimentou a cor do pôr-do-sol!
Alguém o observou contigo.
Uma chama no peito se acendeu naquela hora e o coração perguntou-lhe sobre sentimentos capazes de colorir mundos interiores e exteriores, capazes de fragmentar a solidão condensada, oprimir um grito que não encontra eco porque seu grito não tem razão de ser agora, e o seu eco perde então a força porque...
olhe ao seu redor!
Quanta gente por perto! Quanta voz falando baixinho!
Por outro lado, tens direito aos teus segredos, ao azul de conservá-los, ao calor da sua importância, ao perfume da sua intensidade, à serenidade do seu silêncio.
Contemplar o pôr-do-sol é recordar tanta coisa!
É querer tanta coisa indefinida e que não sabemos por que!
É experimentar o arco-íris entre o dia e a noite, é entender que existem incontáveis planetas como o seu e que reclamam às vezes por um minuto ao menos de solidão.



08/07/2005

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Rima

Não procuro mais igualar nem rimar; procuro sim, o mar.
E se vierem ondas como palavras, irei combiná-las e torná-las com algum sentido.
Vamos perceber as diferenças nas faces, nas rimas.
Vamos perceber também as nossas semelhanças não nos igualando, não nos comparando, mas nos sentindo.
Vamos perceber que rimas às vezes não se combinam, não se encontram e que lágrimas e sentimentos é que procuram os sentidos e se combinam, e se encontram e dão forma às faces, dão semelhança às faces da rima.

sábado, 25 de julho de 2009

Quadros

Os quadros que pintei não disfarçam sua formosura...
porque alma foi dada à arte.
Em seu formato não existe traço.
Existe suspiro, existe o riso.
Os quadros não dissimulam porque de fato, são belos.
São retratos da vida,
de passagens por ela
e extensões da cândida vontade de viver.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O que dentro de nós existe

Somos um ser além do espaço que nos rodeia vazio.
Administradores de um querer que foge dele mesmo.
Somos divididos e nos integramos com a entrega.
Participamos de tudo ou quase tudo na esfera evolutiva que é o mundo e às vezes somos mudos criados do mundo.
Aceitamos os espetáculos da natureza, humana natureza de quem amamos.
Mas existe alguém insatisfeito, alguém que também não é perfeito; alguém que não sabe ter, não sabe possuir nem administrar, enfim.
Alguém que paga por pagar preços e promissórias.
Alguém não entende, mas se deixa entender.
E quem se preocupa?
Antes nada existia além do nada e da vontade de festejar com risos um espaço vazio que se preenche. Agora, invadidos por alguma ilusão de estarmos felizes e completos neste mundo, ninguém percebe ao certo se está preenchendo a si mesmo – espectador solitário – ou apenas o espaço vazio, infinito à sua volta – devoradores insaciáveis das migalhas alheias.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Talvez

Vou talvez
parar os mundos retrógrados,
sonhar com mundos de pássaros,
chorar com olhos e lágrimas,
sorrir e dormir em teu colo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Desejos de amigo

De todas as coisas que em algo se tornam lhe desejo o desejo que se torna real porque tua alma, eu quero sentir feliz.
E ser tua amiga como os amigos que se tornam um tesouro, um tipo de amor verdadeiro e tão simples!
Satisfazer teu paladar pela vida de forma doce, calma e íntima o qual lhe visita e lhe anseia e nunca mais lhe deixa.
Quero lembrar-te que o que sentes quando os raios suaves de sol lhe tocam a pele é o que sentirias num abraço forte que o meu pensamento ao rodear-te poderia lhe fazer sentir.
Quero ver vibrar em ti a força de tua fé, o brilho em teu olhar.
Que compartilhes teus sentimentos, mas com quem te possa compreender, sentir seus intentos e sondar pacientemente e educadamente o desejo que tens o cuidado de verbalmente não revelar.
Que ouças o que pede o teu coração num momento de tristeza, e que daí possa ver a beleza que existe dentro e fora de ti.
Não deixe o teu cantar, o teu sorriso, e que haja tempo para almejar o infinito.
Meu desejo é a expressão que envolve o natural, a maneira de lhe dizer sem pressa a importância que tua vida se fez para mim.
No desejo mora a vida, a intensidade, a voz que grita, mas com suavidade em tua memória inconsciente, que eu aqui vivo e transmito, aonde quer que estejas e o que quer que faças que não existirá o dia em que não lhe queira bem, que não olhe com cuidado esse teu semblante banhado de cor, vitalidade e verdade.


2002

terça-feira, 21 de julho de 2009

Felicidade

Esta é a felicidade
que se traduz
por ser razão
e emoção.
Felicidade é
a beleza que se busca
no semblante
perfeito
da vida.



09/1997

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Olhar para a vida

Não quero mais.
Então, quando nada quero num estado de depressão, quero a distância das separações porque são francas, ausentes nas delicias.
Querendo mais, alguma coisa me digo que seja uma satisfação, uma fuga para o desejo e todo o lirismo de um poeta.
Querendo reagir e fugir de abismos, quero mais o resgate dos sonhos e das coisas que deixam para trás sem as remediar para acordar a humanidade mostrando seus frutos que foram doentes e hoje voltaram recuperados por uma nova chance, por um novo conceito de vida.
E por vida eu quero, espero e preciso, nem que seja de um sorriso para iluminar a minha vida.


1996

domingo, 19 de julho de 2009

O fim no passado

Serei para mim,
e para você
não serei mais nada.
Talvez surpresa dedicada,
poesia triste
escrita no passado.
E serei uma partícula
do que simplesmente era nada
para ser nunca mais.



1997

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sobre as vinhas

Vinha eu, apagar da memória um soluço; vinha eu, conhecer este absurdo,
este grito exposto, este gesto rouco de garganta que se encanta com a voz, o paladar.
Vinha eu, sobre as vinhas, desenhar a saudade da viúva, dirigir pelas suas curvas sinuosas insinuar que vinha eu apagar o meu fogo, justificar o meu logro, apagar tuas dúvidas.
Vinha eu, sem memória, chorar no teu ombro; vinha eu, absurdamente, conhecer teu exposto problema, seu gesto que me prenda.
Vinha eu, matinalmente, acordar seu grito de juventude, de crença, de atitude.
Vinha eu, colocar desordem na ordem de dizer que todos chorem, porque existe um sentimento.
Vinha eu, pelas ruas desertas e turvas, recolher as minhas uvas, minhas doces frutas, minhas frases futuras e crer que eu vinha a cada dia plantar minha vida em minha esperança de ser a vinha-videira análoga à tua vida.



1995

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Através dos olhos, uma alma que espera

Olhe nos olhos...
Verás que dentro de cada ser humano existe uma alma.
Foi ao contemplar toda a natureza das coisas e pessoas que pude sentir que eu era alguém querendo fazer sentido.
Percebi que tinha um lado oculto de luz que implorava pela possibilidade de sua manifestação. E oculto já não é mais.
Pensei num modo de pensar que me fizesse pensar direito, inteiro.
Pensar até o fim...
E no infinito de quem pensa existe o pensar até que se esgote o impensável infinitamente.



25.02.02

terça-feira, 14 de julho de 2009

Seqüência de sensações

Sensações em seqüência ritmada florescerá, permanecerá, te ajudará a combinar sabores, sonhos e suores.
São mistérios, futuros e encantos, são vidas envolvidas, perdidas e encontradas não sei por quem.
Nem tudo são flores de todas as cores, mas para consolo nosso, nem tudo são dores; são resumos, palavras que traduzem, falam, que possuem boca.
Me resume!
Interprete o latente, provoque impacto verossímil, me deixe ver a verdade que existe e cospe na mentira, na ira, na ferida.
Não sou, não estou magoada...
no calor dos bons sentimentos, estou perdoada e lhe dou uma flor.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Por esta vida

Por esta vida estou passando.
E qual a certeza que se desejará?
Por esta vida o amor passa e às vezes não o vejo como antes...
é tudo incolor, é como uma noite indolor.
Onde estou agora?
Estou pela vida a fora e dentro dela, na terra, buscando ter asas para ser ar, fôlego para ser água, mais vida para ser fogo e não apagar minha própria chama.



1996

sábado, 11 de julho de 2009

Onde estão as vozes

Onde estão as vozes, o rio desce; cresce a utopia quando a boca se cala, quando os olhos se fecham e respondem a todas as minhas dúvidas.
Ontem o amor me disse sobre as vozes e seu pouco valor quando o sonho se expressa. Ontem os sons se fizeram mudos quando te despertava suavemente com beijos.
Onde estão as boas falas das vozes, o amor acontece, o rio desce, a quimera cresce e transforma-se em verdade...
as bocas se tocam, os olhos se fecham respondendo sem mistério aos dons do amar para ser par formado com outro ser tão físico e material, tão espiritual quanto mortal numa noite em que transpira um outro desejo, tendendo tal desejo a ser rouxinol que encarcera pelo som e por prazer...
e envolvidos podemos andar por sobre nuvens, podemos ter posse até sobre o mundo que nem sempre desejamos.



16/04/1996

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Inconstante

Fui ser sonho, acabei por ser metade.
Fui além das tempestades da vida de cada um e descobri um por um, um dia assim, outro igual a mim.
Gentes são iguais, são tantos canais ligados um em tantos e tantos em um, e sou tamanhos curtos e longos, sou asas e pombos, loucos pela liberdade.
Assim como todos, eu nunca sempre fui somente a mesma coisa.
Por isso eu quero criar junto contigo, solucionar como os amigos, me apaixonar como os antigos e não ter essa inconstância que a vida, mesmo sendo mudança, nos oferece.



1995

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Das minhas verdades

Olhas para mim por entre as frestas da casa porque parva não sou.
Olhas levemente ou languidamente se te escondes da minha face.
Seja firme ou um ser humano que humanamente escolhe a hora de ser o que é.
Sou simples, não simplória.
E vem me ver, que não escondo modos de viver.
Sou tal como se vê e mais um pouco por dentro.
Se for entregue a ti a chave das minhas verdades, verás de tão perto meus remendos, meus inventos e intentos.
Saberás da força de um pensamento, da ternura de olhar por dentro, de todo meu sentimento.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Que é que há...

O que há de me assustar como o mistério de aqui estar?
Seria a morte que nos finda o corpo e o prazer por estar viva?
Seria o universo magnífico com suas cores e sacrifícios?
O que há de me entorpecer como um entorpecente ativo que em mim não abrigo?
Seria a prisão que me envenena e que me encarcera numa paixão
indissolúvel e pequena?
Seria um sono frágil que acorda o plágio quando olhamos escritas vidas alheias?
O que há de me ferir e de súbito me inibir?
Seria ter amor ao incógnito que ignoto se fez por ter um coração inóspito?
Seria ter a vida, mas abdicar da alegria de poder com alguém conviver?
Não só há de me ferir e inibir, mas também me assustar e entorpecer
viver sem o prazer de compartilhar o entusiasmo das fases frutíferas e ternas que a vida sempre nos reserva.

04/04/1996

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aos mitos

Não és mito como as sugestões dos encantados inveterados porque não te quero assim, nem ser proprietária de um engano.
Quero além da fugaz beleza de ser vivo, a consolação no peito, porque não és mito, mas gente.
Quero compartilhar astros e artes com seu jeito de sol e personalidade estrela com ampla defesa pelos defeitos, atitudes.
Mas se não for assim seu jeito, não mais serás ser humano...
apenas metades e um não.
Um não ser real e ser mito sem jaça.
Por isso vejo a realidade por dentro e vida a fora sem esquecer que existe a ternura.


1995

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Duas sombras repentinas

É mais do que se pode supor!
Eu trago na algibeira a verdade; arrebato de mim a ficção.
Sou como sou, com ou sem ter liberdade para voar.
Acreditaria como ave naquilo que me conservasse em pé, naquilo que me trouxesse as asas.
E sou tanta coisa junta, sou tantas nuvens separadas, sou sugestões não querendo mais.
Sou aparições em vários canais onde te adormeço e te desperto caladamente, candidamente, como duas sombras repentinas que se tocam.



1996

domingo, 5 de julho de 2009

Necessitar de ti

Te preciso num imprevisto ou no previsto e assim, eu te preciso.
Me sinto, e ao me sentir, me permito necessitar de ti.
Me acolhe onde estiveres, pois sei que sentirei teus braços seguros.
Te aqueço no pensamento porque é a lei do necessitar de ti.
Necessitar é a arte de proteger sem sentir, ser mater de cada mundo se tantos mundos existem.
Preciso saber que necessito sobriamente e não preciso saber que protejo conscientemente.
Pessoas se unem pelo necessitar, pelas trocas de verdades e vivências e se desunem pelo desnecessitar, pelas trocas de mentiras e enganos.



1996

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tanto ou nem tanto

Tenho um significado para cada pessoa que conheço...
Para umas eu sou...
Para outras, sou também.
É assim que somos, com ou sem tanta importância.
Mas é exatamente assim que seremos: tanto para tantos ou nem tantos, e quando nada, mesmo que nada, ainda assim seremos.

2009