Para nós, os evangélicos, os tempos
estão mudados. Há duas ou três décadas atrás, era considerado pecado
participar de eventos como festa junina, carnaval e outras manifestações
populares. Hoje o povo está dividido. Com o crescimento desordenado de
denominações, os valores se inverteram, novas interpretações têm sido dadas a
textos bíblicos e o pecado deixou de ser tão pecado assim.
O problema é que as denominações tradicionais
não fazem uma “convenção de ministros” para tratar de temas de interesse do
povo de Deus. As inúmeras convenções são verdadeiros encontros políticos para
demonstrações de poder entre as facções eclesiásticas.
Temas como “o crente pode ou não pode
participar das festas juninas?”, ou, “o crente pode fazer sua própria festa
junina”? nunca são tratados.
Resta-nos dar a orientação que
achamos conveniente, não em nome da denominação que sou membro, mas em meu
próprio nome e de acordo com minha experiência cristã e visão da Obra de Deus.
Em relação à festa junina, por ser
ela uma festa popular, que pelo tempo terminou se incorporando ao folclore
brasileiro, a pergunta que nos tem sido feita constantemente é: Há
alguma implicação espiritual para o crente ou para a igreja que participa ou
realiza uma festa junina?
FOLCLORE – A UNESCO declara que folclore é
sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade
através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma
parte essencial da cultura de cada nação. O folclore se manifesta nas
crendices, nas simpatias e nas superstições contra os ventos, as chuvas, os
raios e as doenças.
No meu entender, o folclore, por
mais divertido e ingênuo que pareça ser, é uma demonstração da falta de fé que
um povo tem em Deus e no Evangelho. Quando um povo não conhece a Deus através
de Sua Palavra, fica preso a superstições, a crendices, e tentam com isso
espantar os seus "fantasmas" com enredos, fogueiras, fogos de artifícios,
e outros elementos como subir escadarias de joelhos, apedrejar a imagem do
Judas, saltar sete ondas, jogar flores em lagos, rios e mares, e tantas outras
coisas que mostram pobreza de conhecimento das riquezas da graça.
Nem é preciso relembrar a origem
idolátrica da festa junina, uma vez que isto é de conhecimento de todos. O que
temos observado é que em muitas festas juninas, atualmente, nem menção se faz
mais a São João ou a qualquer outro santo que antigamente era cultuado neste
evento.
Também sabemos que quando os
evangélicos realizam uma "fogueira santa", ou, uma "festa
genuína" ou, qualquer coisa deste tipo, nem se pronuncia qualquer
referência aos santos. Com isto temos ouvido argumentos a favor da realização
de tais eventos no meio do povo evangélico.
Já que o crente é tão festeiro e um
povo tão alegre, por que não incorporar a festa junina às nossas festividades e
fazermos uma festa que resulte na união do povo de Deus?
Afastando-se a idolatria, que mal há
em festejar, principalmente em uma festa onde vamos comer tantas coisas
gostosas que nos faz lembrar nossas raízes?
Da minha parte, eu vejo isto como
uma demonstração da "saudade do Egito".
> Números 11:5 - Lembramo-nos dos peixes
que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e
das cebolas, e dos alhos.
O resultado da falta
de estudos bíblicos aprofundados e da falta de pregações genuínas da mensagem
do Evangelho é exatamente esta, a saudade dos pepinos, dos quentões, dos
contos, das danças.
O povo de Deus está
ficando à margem das riquezas da graça e está sentindo necessidade de copiar as
músicas mundanas, os shows, os ritmos, as crendices e as festas
idolátricas.
O Evangelho que não
afasta do coração das pessoas a saudade do Egito é um evangelho fraco,
debilitado, carente de conteúdo. A igreja que sente necessidade de incorporar
festas pagãs às suas atividades é uma igreja mista. O crente que não abandona
definitivamente tudo o que pertence à vida pagã e idolátrica é como o cativo
que voltou da Babilônia, depois de setenta anos de escravidão, mas, leva
os seus netos para conhecer o lugar onde esteve cativo, especialmente nos
dias dos festejos do povo que o escravizou.
O que a Bíblia dia a esse respeito?
>
Isaías 48:17 - Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu
sou o SENHOR teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em
que deves andar... Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com
voz de júbilo, fazei ouvir isso, e levai-o até ao fim da terra; dizei: O SENHOR
remiu a seu servo Jacó. E não tinham sede, quando os levava pelos desertos;
fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas correram.
>
Apocalipse 18:2 - E
clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se
tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de
toda ave imunda e odiável.
>
Apocalipse 14:4 - E
ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas
participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
> 1 João 2:15 - Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que
faz a vontade de Deus permanece para sempre.
Portanto, como presbítero, como
pastor, como pregador, como crente, como sacerdote do meu lar, eu vou continuar
ensinando que o crente não deve participar nem realizar festas juninas. O
crente não precisa disto.
Em Cristo, Sandoval Juliano - O Presbítero - 15.06.2012.
Fontes de consulta:
O São João nada mais é que a comemoração
da morte de um justo, um santo de Deus, João Batista.
Na festa de aniversário do rei Herodes
fizeram uma grande festa com danças, comidas e bebidas. Ele se agradou tanto da
dança de Salomé, filha de Herodias (amante
do rei) que disse à menina pra pedir o que quisesse a ele. A menina foi
perguntar à mãe dela o que pedir. A mãe dela, que tinha raiva de João porque
ele falou ao rei que não era lícito o rei tomar para si a mulher de seu irmão
(Filipe). E ela queria ver João morto por isso. Então mandou a menina pedir a
cabeça de João Batista. O rei já havia prometido que daria o que a moça pedisse
e mandou decapitar João e entregou a cabeça dele à menina num prato.
Jogaram a cabeça dele numa fogueira e
dançaram e festejaram, daí a festa junina. Porém muitos preferem acreditar que
a festa junina surgiu do fato de Isabel ter acendido uma fogueira pra avisar a
Maria do nascimento de João. [Marcos 6:17-28;
Mateus 14:3-12]