Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Sem rimar

Eu moro no ar...
suspiro na sombra de um caminho.
Creio no fôlego que há em mim.
Eu bebo as palavras e falo palavras também, sem rimas e por ninguém.
Eu vivo no dia e durmo na noite.
Sei sorrir e sei transformar dor em prazer, só desejo em desejo e carinho
e amor em rosas sem espinho.



1995

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Paisagens que sinto

O mundo não enxerga as paisagens do que sinto.
No tempo presente, não sou objeto, nem o que dissimula ao dilatar-se em emoções de amar pela palavra, ente que cerca, símbolo que vive pleno, por vezes secreto na solidão que circunda o poeta, o moço apaixonado, o tímido, o sorriso que chega atrasado, mas que se expressa.
No tempo passado era ausência de emoção digna de se guardar e capaz de solidificar o êxtase de quem a sente.
No futuro, lembranças do direito à febre, direito ao único e possível amar com substância, sem vislumbrar barreiras nem incertezas de que o sentimento cresce, o amor não definha e que o mundo poderá enxergar grandes paisagens do sentido.


1998

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Iguais num querer

Não és o único que tem dissabores neste mundo.
Existem seres capazes e felizes, pessoas-aprendizes.
Existe o erro e também o acerto; o pacto e a vitória.
Existem pontos, prismas e o ponto certo... o ponto de vista.
Existe o desgosto, mas existe também o bom gosto de acreditar em si mesmo.
Existe a sorte e pessoas iguais num querer, capazes de transformar e transformarem-se.


1995

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Não me deixarei...

Não me deixarei cair no lago de nenhum esquecimento, porque não sei nadar; porque não sei ficar perdida nas profundas águas de tudo o que se quer esquecer; porque de alguma forma sei o caminho de volta; porque tão cedo tentei encontrar os brilhos, que são tão brilhos que emanam de nós enquanto dura a vida.
Não deixei o homem, que de tão homem não quer se perder; não deixei o independente, que de tão independente acabei por depender; não deixei o sentimento, que de tão sentimento, me faz renascer; deixei o tempo, que de tão tempo, fará decisões serem tomadas e deixará vidas conformadas; não deixei a eternidade, que de tão eterna me fará vivê-la para sempre.
Deixei a liberdade ser, deixei as coisas e sentimentos serem livres. Não deixei tudo, não deixei a vida, e ainda hoje tento me livrar do que corrói e mata para não deixar alguém ou alguma coisa que importa algum dia.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mínima gigante

Dilacera por dentro ser o poço que tudo suporta.
Quando te calas, ficas de sobra.
Atordoam essas horas em que se revoltam as ondas de noite no inverno.
Na verdade o que revolta é a garra por mentira, a força por usura, o medo de pedir que a vida seja um pouco generosa e conceda um perdão.
Entrelaça os sentidos ter de estar pronto para ter paciência e ter a ciência quando der de cara com as caras das fartas loucuras.
Abaixo tudo aquilo que se encarrega todo dia de matar por dentro
os sentimentos!
Porque resta sempre alguma esperança, seja a única, a última, pela metade, ou a mínima gigante que seja.


1995

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pessoas

A visão das pessoas muda e eu não mudo somente por mim.
As pessoas procuram diferenças que nunca existiram...
ou semelhanças!
Mudanças fictícias escondidas atrás de uma incontida inveja ferida e falta do que dizer, do que ter.
Pessoas...
mais nada além de gente, semente, corpo, alma, sopro.


1996

domingo, 18 de janeiro de 2009

Progresso ponte

O progresso em nós é ponte que liga a força de um desejo à promessa de vitória. É como ser importante por ser necessária como se fosse metade de vidas que não sei. Daí, exterminarei as prisões que jamais terão em si prisioneiros. E seremos amigos, será apagada a escada que desce e fortificada a que cresce.
Pelos nossos ideais, viva a vida inteira e deixe de lado a metade apenas.
Coisas divididas e pendentes machucam, não se realizam, não se enfrentam e esquentam a cabeça. Não esqueça que o ideal é ser inteiro em todos os sentidos, sentindo o gosto da vida, vendo bem a sua sina, sentindo o cheiro da aurora, ouvindo as passagens de sua história e tocando a sorte com as mãos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Além da própria existência

Viemos como uma fresta de sol a olhar por esta vida. Mas não olhar inutilmente, como se olha para tudo, e sim, como se olha para o todo que uma alma abriga, e perceber os sentidos envoltos de um mistério que se desvenda mesmo sem saber.
Quem dera saber todo o pensar que se deita no travesseiro, sem represar sentimento em forma de lágrima!
Coincidem os pensamentos?
Lágrimas caem, mas não são dos nossos próprios olhos e sim do olho que a todo sentimento vê, porque vem para nos olhar e nos chorar, porque em nossa ilusão ou loucura, podemos imaginar sentir que nos tiraram de nós mesmos, nos deixando vazios.
Como cobrar um olhar de quem jamais pousou sobre nós a própria vista das janelas da alma?
Podemos apenas estar ao redor de quem validamos como nosso ente predileto e ficamos inertes ou perplexos de encanto, e desejamos ser não mais que raios de sol ou frescor de luar.
Como torturar-se com o desejo de enxergar valores análogos aos nossos em vidas alheias se cada um em si é um mundo de valores distintos?
Viemos também para olhar a vida e admirar como se pode sonhar sem muito alarde. Entretanto poder ver que um sonho, ainda que lânguido, insiste nas mãos que se procuram, num par de olhos que descobrem existências além da própria existência.



05/12/01

domingo, 11 de janeiro de 2009

Breve momento

A vida fechou meus olhos por um breve momento e me fez chorar com profundo sentimento.
Veja agora o que existe por trás dos meus olhos que se fecharam brevemente chorados, sentimentados, condimentados pelas palavras que jamais pronunciei por serem vãs no teu momento!
Veja que estou de baixo do mesmo céu que lhe cobre, olhando a mesma lua prateada de um pobre, contando as mesmas estrelas da sorte.
Agarrei o bom da vida e te queria.
Adquiri gestos, atitudes...
perdi o medo de viver.



1996

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sentenciados

Sentenciado à solidão está quem se entrega.
Sentenciado a ser mera semente e crescer paulatinamente, e ainda assim sentenciado a não parar, com intenção de ser um par a nortear muitas dúvidas ao fim do abismo.
Sentenciado não está se não se identificar com a morte dos sonhos nem sentenciado será se não se entregar a regras preestabelecidas e ridículas, como viver uma vida manipulada.
Qual será o planeta correto dos “sentenciados ou não” a alguma história de vida?
Se este mundo nos devora, estamos a uma das beiras do nada e estamos fora, flutuando no ar livre e espanando constelações, descobrindo o que somos mais, se mais de um pensamento ativo adquirido.
E descobrimos que somos como livros e saímos de uma história; somos apenas uma trajetória e passamos a reformar o coração perante o ser pensante que não pensa sozinho, se deixa pensar...
o sentenciado ser que é mar e terra e abrigo, o ser não amigo, o envolvente e trapaceiro, o ser mudo, o ser mundo inteiro.


1996

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Maçã do seu amor

Poderia ser parte, ser momento, ser arte.
Poderia ser somente gente sua e estar contente, me sentir novamente.
Cravar os dentes na maçã do seu amor e respirar novamente.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Quem dera assim fosse

Ao sentar-se sobre as pedras diante do infinito, sem ondas impetuosas, o que se vê somente é um rosto refletido; no mar, o reflexo de um infindo amor, onde suspenso se encontra um mundo secreto de quem não se mostra sem ter uma chance, sem ter quem o alcance.
E conhecerás alguém se escutares as palavras ditas de quem se aninha ao precoce jeito de se reconstruir.
Conhecerás recônditos desejos ao pensar nas entrelinhas de uma história, que são letras injetadas em tua imaginação. História tão profunda e tão rasa, tão doce e meio amarga dependendo do teu olhar...

Quem dera se fossemos queridos pelo que dentro de nós guardamos e sentimos e não pelo que permitimos!


22/02/97

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Transitório

Tristes começos de tarde
Raiaram no céu do coração
Amarrado pela paixão
Nitidamente açoitado.
Sem dúvida, o sofrimento
Impetuoso e doloroso
Tinha que acabar.
Ó dúvida que tens!
Raros dias se percebem
Inconstantes para uns,
Outros não.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Vontade de viver

A palavra foi escrita no ventre, virou forma.
Então, lê-se na profundidade dos olhos, a alma; erguem-se pensamentos e sonhos e ouve-se até o som de uma intenção.
Quando nasce o verbo imperativo?
A palavra se forma outra vez com o tempo e combina-se com cores ditadas pelo destino, investigadas por traços de pincel que descobrem vazio e formas distorcidas às vezes.
Nasce uma dúvida, depois confirmada, que apaga um sonho ingênuo.
Dentro de um mundo cria-se um espaço de confusões apenas lembradas, porém esquisitas e embaraçadas.
Agora um desgosto num gosto que era de fruta que se pensava ser fruta.
Por sorte mundos se reconstroem, pois se cria os próprios reforços, vias e formas de reerguer a força e a vontade de viver.


1995

sábado, 3 de janeiro de 2009

Corpo e sentimento

O corpo é um veículo que leva uns aos outros. O sentimento, diferente do corpo, é um laço de ternura sem a noção do valor de ser notado. São laços que nos prendem ao impalpável, curiosamente!
Corpo? Um sopro no ar...
Sentimento? Muito mais de nós do que podemos supor...
é também um pensamento dedicado a você que não é cor nem raça; não é indumentária nem é casa; não é ouro nem é prata. Mas é tesouro da verdade que nem rima nem subestima. Sua beleza está em ser o que é, e a sonoridade que traduz o sentimento rima com o sentido de o sentir.



03/2004

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Me realizo

Quero realizar-te como se fosse arte, e enfim realizar tão difícil e não difícil porque quero realizar-me. E por isso, me realizo nas canções ao vento que canto sem saber, me realizo nas viagens reais e sólidas, ilusórias...
as que viajo sem ter direção.
Me realizo no meu pensamento, nos sonhos que tenho e que penso para esquecer.
Me realizo num sorriso simples e franco, para guardar...
e também no abrigo do carinho que consola; e ainda mais, me realizo na velocidade do tempo porque sou veloz de sentimento para chegar aonde eu quiser, mas que seja no teu peito... e alcançar, se quiser, onde eu for,
seja de que forma for, nos realizar em nós...
e me realizo...
e te realizo.



2003

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Olhar

O que se sabe da vida de mais a mais é contemplar olhos a raiarem por toda vida, essa extensão clara, simples e adocicada.
Estes tais olhos puros são como sumo do ser vivente que acrescenta vida e cor à própria vida, sem importar o modo particular de cada um ao vê-la, sem discuti-la.
Olhar é caminho que exprime som, exprime brisa que a outro olhar acaricia breve ou longamente, expressão de amor como duas sementes.
Ao olhar bem fundo, amados sentimos que somos porque permitimos assim, ao ver o olhar, sentir prazer de ver dentro deles refletido outro olhar, tal qual se vê num gesto o amor.



08/1997