Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Outras lembranças mais

A recorrer às lembranças, percebo o quanto se pode amar o silêncio.
Sonhando com o sem fim, entrego minhas mãos e peço outras como presente numa simultânea entrega, colorindo o caminho gerado por tal entrega,
pintando-o com risos, enfeitando-o com flores.
Brilham então os olhos como diamantes diretos e objetivos numa só meta.
Busca-se sentidos, delícias de um momento e um notável sentido em estar unido por entre os lírios que ornamentam lembranças.



1995

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Transformou-se uma vida

Era fechado aquele mundo. Não existiam aqueles poros, não existiam aquelas frestas nem rimavam harmoniosamente como uma canção.
Era fechada aquela mente e o sonho não era sonho. Era um pensamento sem forma, a se formar a partir de um outro sonho verdadeiro que de tão completo, veio a mim certeiro.
Estava à deriva aquele barco. As ondas o levavam, mar a dentro mergulhavam barcos inteiros no fundo do peito.
Era sério aquele rosto. E que expressão movia aquele corpo?
E os olhos rasos?
Os momentos surgiram e foi como a orquestra dos elementos da terra.
Aquele mundo se abriu, os poros agora existem, as frestas estão em festa.
Aquela mente anãzinha agora sofre feliz de gigantismo; o sonho que não era sonho e sim pensamento, tomou forma.
O barco à deriva que estava à mercê dos ventos contrários e vazios, aquele mar bravio, foram possuídos pela calmaria.
Aquele rosto era meu, era seu. Deixou de ser empedrado, amargurado e conheceu um verdadeiro sorriso; o corpo era apenas uma massa complexa e pesada, mas aprendeu enfim a leveza da espontaneidade, a expressão que nos fala do que não se sabia sobre os olhos que eram rasos, distantes do olhar profundo com significado.


1995

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Frágeis outros ares

A depressão não nos merece, porque somos frágeis...
com um sopro, e estamos em outros ares.
Não saber o que fazer é imperfeitamente humano.
O importante é não se abandonar nunca.
A cor cinza de um momento se transformará.
O que seria de nós sem o perfume suave da amizade?
Ela é um tipo de amor, e como o amor, é fonte de vida e sorrisos.


10/05

domingo, 23 de novembro de 2008

Engasgo

Para uma convivência pacífica, assim como sou,
para não tornar minha vida um inferno,
tive que engolir grandes sapos...
Alguns tão grandes que estou engasgada até hoje!


12/10/05

sábado, 22 de novembro de 2008

Trocando idéias

Que momento difícil terminar uma noite com sensação de que algo se quebrou!
Indagamos e por causa disso nos classificam como mais uma dentre as pessoas que julgam mal. Jamais condene o franco!
Não sabemos interpretar ninguém, não sabemos enxergar as pessoas, muito pouco sabemos da vida e somos ferinos no que pensamos. Sabemos ferir a quem amamos, a quem respeitamos. Sabemos ser parentes do mal entendido.
Com o tempo, mais adiante entenderemos que não se pode conhecer ninguém a fundo.
Se você busca isso um dia, saiba que nunca terá, pois este poder não foi dado a ninguém.
São sempre diferentes modos e pensamentos, não se pode mensurar sentimentos, não se pode fazer pouco daquele que te ama, pois mesmo ao longe te anseia.
Podemos magoar porque também não podemos engolir nossas palavras. Certas pessoas não sabem o que dizem, e nem sempre sabemos conquistar alguém.
Fazemos perguntas sem retorno...
É dessa forma porque não devemos ser covardes, mas o mais importante é estarmos seguros de quem somos.
Existem pessoas lindamente verdadeiras, e queremos bem a elas sincera e honestamente. Mas tem gente que apenas imagina que queremos bem, friamente. Depois recolhem certezas...
Então, pessoas deixam de ser especiais. Porém, o melhor é que nunca assusta sentir a doçura que existe no recôndito do ser genuinamente desarmado e imune ao fel.
Podem às vezes as palavras ferirem, e para doer assim, não se sabe se o silêncio é melhor opção. E assim a gente segue a vida, tentando ser frio para sobreviver sem se envolver.
Quem duvidou de tua pureza, alma ferida?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Carinho

É preciso estar “perto” para fazê-lo ser único.
Lembro dele todo dia intercalando saudade e desejo.
Ele vem de onde não sei por que vem e é feito por quem não sei, depois disseminado como não sei, às vezes com mais força do que qualquer outro gesto quando mexo onde não devo fomentar.



2006

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Meio solidão

Qualquer dia numa noite, e não um dia qualquer, em que as horas eram altas, o silêncio circundava meio cinza, meio branco, longe de ser um real silêncio, me senti só... senti muito... o mesmo que você já sentiu talvez.
É agulha que espeta, que muda de jeito e vira punhal; que sofre, que fura, mexe e incomoda nos fazendo mal.
É o abstrato, o toque sem jeito que fica na pele de uma multidão e deixa dentro da gente, o lado do sim e do não.
Eu queria dizer, olhar na íris, estar perto, mas não é tempo...
há distância e mundos diferentes que não permitem os anéis de um saturno cor de rosa e azul.
É tanta coisa junta provocando a separação! É tanta ilusão, tanto não, tanta direção e uma curva logo ali, denotando perigo, desenhando uma mão; aquela mão que na ilusão são duas mãos que me dão e eu vou segurá-las pensando: são fortes e me levarão.
Que lugar? Qualquer um que exista a beleza do sorriso meigo, desinteressado, que me traga a imagem de um rosto desmascarado como devem ser as palavras.
Que o sim seja mesmo sim e que talvez eu possa mesmo encontrar quem procuro.
Essa alegria que vejo em teu olhar, que seja viva como se corresse em minhas veias. Que eu diga e você me escute, e pedirei o teu abraço, a tua mão.
Não troco, e não se troca vida, o conteúdo do ser, a vontade real...
essa é a minha substância. Eu quero descobrir a tua!
Então, dê-me uma pequena fresta, o sentimento de quem acabou de conhecer alguém que se pode pensar: aqui nascerão afinidades.
Não pedirei muito de ti... não se entregue agora porque ainda não me entreguei.
Escolha momentos, crie aventuras, enredos, rimas, silêncios, presente e futuro. Visite meu coração, atenda a porta do teu que lá estou batendo.
Me cumprimente, converse, experimente e prove quem és.
Eu gosto... goste também se fizer parte de você.
Eu digo que gosto do momento do descobrimento do eu, do tu. É quando eu posso finalmente dizer que existe em você algo semelhante a mim.
Agora sim, me entrego. Te entregas também?
Se sim, provaste então que no seu coração estou, assim como no meu tu estás.
Conheceste a alma, o íntimo de quem ama com o conteúdo que possui.
Provei e provaste; provarei e provarás que podemos ser mais...
além de cúmplices, amigos.



28/12/2002

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Amanhecer

Amanhecer de frente para si faz romper lágrimas do coração; faz nascer a atitude de trazer a alma para a vida.
Amanheça de frente para o sol e de costas para as incertezas.
Amanheça por prazer, acorde por uma razão, para durar enquanto houver vida para amanhecer.



1995

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ambigüidade

A humanidade é ambigüidade. Vive entre dizer sim ou dizer não. O ser ou não ser. Ter ou não ter. Querer ou não. Ir ou ficar. Fugir ou enfrentar. Amar ou desamar. Sorrir ou chorar. Sentir ou camuflar. Dizer ou calar. Se proteger ou se expor. Sonhar ou acordar. Dormir e não sonhar ou sonhar acordado.
Ela faz a sua escolha, escolhe certo, escolhe errado...
Ou prefere tudo pronto, já traçado...
Vive dizendo sim quando queria dizer não e vice-versa. É o que é ou vive querendo ser o que sempre foi e não sabia ou o que nunca será um dia. Ter e querer o que se tem ou não ter por simplesmente não querer o que todos têm. Ir por ter direção ou por impulso, ficar por ilusão ou também por outro impulso. Fugir de si mesmo ou dos outros, da vida, enfrentar ou não a ferida. Amar num todo ou desamar sem força a própria sina. Sorrir dos outros, sorrir para os outros ou não sorrir, por desgosto. Chorar com os outros, chorar com gosto...
ou não chorar por não ter gosto. Sentir que é livre e que ama ou camuflar o sentido do sentir de si mesmo quando sente que cansa. Dizer o que pensa ou o que não pensa, calar o que pensa ou o que sustenta. Proteger ou se proteger de alguém ou de si mesmo. Se expor demais ou nunca. Sonhar que já acordou ou acordar e ver que era um sonho. Dormir para a vida e não sonhar ou sonhar que a vida é acordar do eterno sonho.


18/02/2004

sábado, 15 de novembro de 2008

Fase feita frase

Eu já quis todos os talos roxos do poder de ter.
Verbos do querer, do possessivo.
Eu já não quero, não quero nada, não quero tudo.
Eu quero dizer numa frase que uma fase dura a vida toda ou somente uma fase.
A frase é esta: eu amo você.
Amor repentino e intermitente com direito a final e mudança de casal que já era, e foi...
e sei que serei a sereia com saudades da terra seca, com um sonho no fundo do mar, a despertar a saudade do verdadeiro modo de sentir que a vida existe na terra!
Eu hei de ter saudade do elo abstrato que nos uniu, e já percebi que teu sonho nunca adquiriu tal elo.
Ei, abstrato!
Um ai de sereia.


1995

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Fatos

Um fato desencadeia outro fato, e toda reação é feita de um impulso, talvez não premeditado.
Se você disser que não, pode ser por um fato ocorrido, por reação de algum sorriso que não lhe pertenceu.
De dentro do teu ser poderia fazer sentido dizer sim e tomar posse do que é riso, do que é festa e paraíso.
Decida se é hora do sim ou do não, do riso ou da seriedade, da beleza do transformar mal em bem, da tristeza de se abandonar ao acaso.



2002

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Uma gota de amor

Sem amor não há vida, não há prazer, não há sorrisos nem espontâneos nem felizes.
Sem amor não há lugar gostoso para ir, não há refúgio quando a tristeza bate, não há apetite de forma nenhuma por coisa alguma.
Sem amor eu não entendo nada, não entendo a vida nem as pessoas.
Sem amor há cantos vazios, corações perdidos e ressequidos implorando por uma gota de amor!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Fio grisalho

Nada dá em nada, nada é feito por nada e tudo tem razão de ser
ou ser palavra.
A palavra diz nada e tudo e tem razões para existir.
Palavra...
que seja dita para preencher a vida e o espaço quando somos vazios,
tardios no entendimento.
Nada é comum e incomum como quase nada e desse quase nada, esse nosso acúmulo de frases e experiências de vidas e certezas, e um fio grisalho marcado em nossa existência.



09/1997

sábado, 8 de novembro de 2008

Ame

Ame num olhar distante, ame olhar nos olhos.
Ame as cores, as formas. Ame, mesmo sem entender...
em silêncio também.
Ame sem remorso. Ame sem as palavras...

com seus gestos, com tudo que se tem direito.
Ame forte e conscientemente.
Ame de muitas formas...
ame as formas e o modo como tuas mãos criam.
Ame sem se torturar, porque amor é amar.



2006

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Solidão

Estou temendo ser um remendo da vida, outro da morte.
Minha fantasia frenética acobertou ilusões múltiplas de agonia.
Estou contente e louca, mas sóbria embriagada.
Meus olhos se fecham à noite.
Ao amanhecer se abrem para a vida.


1995

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Eras um verso

Eras um sonho, um fruto repentino de árvore que sorri de madrugada.
Há sempre um tempo em que a vida celebra seu fôlego e entrega-se ao mar quebrando na praia feito ondas de calor; desliza linda como água em cascata e delineia o corpo de quem existe no abstrato sempre real e quase completo.
Eras o que não se vê, mas o que se crê se ainda em mãos inexiste. Eras um pensamento isolado de tudo, que a todos dizia ser todo dia um novo dia para se viver e encontrar-se com o próprio sonho, favor da mente concedido à matéria.
Foi assim que tudo se fez, foi assim que encontrei um mistério de amor que quebrou o silêncio, que leu a vida no tempo.
Quem te vê além de mim?
Um amor é distante de outros amores porque nunca é igual e para ele nada cansa.
E você? A quem ama?
Explica-me por que existe solidão do tipo que desperta dor desenfreada?
Nenhum infortúnio nos parece grande quando nos encontramos em pleno regozijo de amar e ser amado, ser mesclado num outro ser para ser somente um.
Eras um mundo escondido na fantasia, e mesmo assim verdadeiro-imaginário... em formatos variados de despedidas, sofridas... distantes como as distâncias...

mas sem distância nada de pranto e qual o sentido do sofrimento?
Tranqüilize-se pensamento!
Seca as tuas lágrimas e durma sossegado porque eras apenas um verso.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Seus sonhos


Verdades

As verdades às vezes são mais claras quando ditas por uma voz vinda de dentro de nós.
As verdades são aceitas e incontestáveis, são frutíferas e incontáveis como os grãos de areia da praia.



1994

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Qualquer

Qualquer coisa que faça os ventos soprarem, qualquer dor que se acabe,
qualquer paixão que inflame o corpo, qualquer amor...
Não!
Nunca um amor é qualquer.
Amor é chão e vida, estrada a se firmar a um destino.
Amor é dado a paixões loucas e boas que escorrem corpo a baixo e que convencem aos que nunca amaram a amarem.

Quero qualquer coisa, mesmo que seja o qualquer de quem quer, não pára, não esquece, sempre vive e eu insisto desistindo.
Perduro nesse qualquer do querer porque quero você.
Quero o seu qualquer de um jeito sutil, gentil e interessado. Essa qualquer coisa que não tem totalidade, que é rasa e funda. Esse qualquer querer que me quer tanto, mas que me faça crer e viver um amor não qualquer.

sábado, 1 de novembro de 2008

Vidas de outros

Diante de todo universo, a voz que é minha se cala.
E abrem-se os rostos das vidas dos outros e seus gostos pelos agostos
de se sentirem íntimos da vã palavra, do descaso.
Vidas de outros que morrem por sua própria boca, repleta de vãos gritos
e palavras que não possuem gestos.


1995