Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Lei do sentir

Voltar às suas origens contando os passos é como pensar no mundo todo, enfermo, e que nos faz sofrer porque faz desfilar à nossa frente seus acessórios inúteis, pois são criados a partir de modismos putrefatos.
Mas não é regra começar bem, depois ir mal e vice-versa. Pode haver uma sensação e sentimento da hora imediata.
A cada vez que nos reportamos à fantasia, procuramos somente por raras pessoas, mas certos estamos de que também sabemos ser realistas que assistem a imperfeição.
Isso é subjetivo como o desejo de alcançar o distante, tentar materializar expectativas como a existência de alguém que entenda, que não diga nada, que escute dispensando toda palavra, que estenda a mão e que olhe a nível de olhar somente.
Se é amar o que procuras, amor dispensa emoções exageradas por ser brando e por sofrer com suas próprias ondulações, mesmo vestido de inteireza, vindo não se sabe de onde e instalado em nós não se sabe por quê.
O sentimento possui uma carta real que vira a lei universal de sentimentos, e dispõe sobre a expressão com total clareza, varrendo dúvidas a respeito da veracidade dos mesmos.
A lei possui seus títulos e subtítulos, incisos e indecisos, pelos motivos que serão vistos durante execução dos sentimentos, e depois revisados amplamente pela constituição mundial da beleza de tudo o que é belo.


2005

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Doar-se

Quero soltar beijos no ar e direcioná-los aos puros, de abraços incorruptíveis.
Quero me doar dando passos em direção alguma, de alguém!
É bom sentir amor, e conseqüentemente sentir-se vivo!
Quero me doar de corpo inteiro e intangível, como qualquer mortal que não sabe contar o tempo.
Quero contar histórias felizes e sonhar a vida real.
Levar à sepultura o preconceituoso olhar que se esconde no medo de ser quem é, convidar o humano a olhar no fundo de si mesmo, nem que seja no fundo dos olhos do que não se deseja ser. E que admita sua própria condição! Se você é o que é, se você tem ou não.
Quero doar uma lágrima de saudade ao tempo e quero que se doem respeitando-me o choro, mas que não esperem recompensa!
Não espere! Preste atenção na dor que se sente, que poderia ter sido a tua...
Nem deste por falta dela porque trocaste o teu mistério e teus silêncios por uma nova chance de vida e por um modo novo de fitar os rostos, que não são iguais.
E tua contribuição na doação de si mesmo será contemplar-se em outras faces às quais poderás dizer: eu provei dos mesmos tempos e momentos de endereços desiguais.



14/12/05

sábado, 20 de setembro de 2008

Soneto da luz

O que à luz do sol me veio nua
foi a leitura das coisas puras,
tanto quanto instinto de animal
e doçura cândida de casal.

Pura por ser, farol
por si somente à luz do sol
ao som da extinção dos males,
ao som das ondas dos mares.

Àquela mesma luz de sol
veio a mim a leitura
de tua voz, teu amor e textura.

À luz candidamente sua
sonho com serafins
andando às margens de sua rua.


1995

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Se me choras

Se me choro sou todas as lágrimas que escorrem como chuva.
Se te choro ouço meu coração num soluço mudo de um amor consciente.
São vastos os campos por onde choro e me recolho a cada lágrima;
me removo e cato os meus pedaços sérios, tácitos, descrentes no existir de um abrigo.
Se me choro vão-se os olhos e vejo através da alma que as coisas da vida ferem, o mundo abandona e o verdadeiro amor sempre consola.
Ah, se me chorasses cheio de atitudes inseridas no teu corpo, corrente dos teus gestos!
Saberia ser tranqüila, ter a noite e o dia sem saber se ao menos te tenho,
se ainda te quero, se na verdade te amo.


1996

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

É tempo na hora certa

O que o tempo faz e o que o tempo não faz...
Não sabem vocês que ele não cura? Ele apenas coloca as coisas nos seus lugares.
O que é dor se despede. O que é desejo não cede.
O tempo permite que o objeto dos desvarios se destrua, seja ele qual for!
E que se transformem os afetos, os objetos, os frutos do tempo.
Um dos frutos do tempo, o amor, com ou sem ciúme, admitindo ou não a rivalidade.
Nós podemos suportá-los!
Amor, tempo, ciúme.
Desejamos existência, vida, significado. A existência do amor. E seja como for, o tempo traz amor, porque por ele, a criação de tudo.
Por não o procurarem, de repente surge e é coração, mente, artérias, memória, matéria...
Está por sobre o tempo, no ciúme que se tem em particular de pessoas febris, cativantes, freqüentadoras da nossa vida, nossa história, sem noção de suas presenças em existências, indispensáveis ao pensamento.
E no instantâneo surgimento do ciúme, há sensação de ameaça quando enfim chega o tempo de novo acontecimento, interesses, pessoas...
É o desmontar-se inteiro por sentir-se proprietário delas, pouco a pouco perdendo todo o direito sobre suas propriedades.
Não se pode continuar. Mas alguma coisa nos consome quando vemos nosso frágil ser em desvario!
É o tempo que vem e vai machucando. O tempo que inicia porções de vivências num momento qualquer...
O tempo que finda as mesmas porções de vivências deixando tudo na cor transparente da saudade... e nós, vazios de colorido.


03/10/2005

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sensação plastificada

Você não era minha vida e hoje te vejo assim, sem medo de mim, plastificada.
Você era um retrato vago, um vagão viajado nas coisas rasas e nutridas de aviltamentos.
Quem sabe tua sorte foi o lapso e o pavor de tuas dúvidas intrincadas numa história fugaz, falaz e invertida!
Serei para sempre aquela que não aconteceu e que surgiu para ser uma dívida, uma via sem ser estúpida e inteligível, o paraíso que ninguém tomou conhecimento.


1997