Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Heterogêneos

O antes era tudo, o hoje é não acreditar mais nas coisas não concretas, nos sentidos absurdos.
Ficaram arranhões e intrincadas raízes no chão.
Hoje recolho pedras que não me servem, para jogá-las num abismo que seja mais que profundo, mais enfadonho que um engano.
E as pessoas dotadas de atitudes e riscos em seus feitos, festejam, pois notaram que estou aqui há muito tempo e que não busco ter mais importância que os outros. E assim, elas tentam se identificar umas com as outras e dizem ter afinidades mesmo sendo como templos perdidos, arruinados e esquecidos, que não significam tanto para tantos e nada para mim.
Mas existem seres distintos que não se mesclam a células que não são suas. Apenas tentam se compreender mesmo que não simultaneamente.
E ainda que não se entendam e nem se completem, dão-se as mãos e seguem juntos, heterogeneamente como água e óleo.

1996

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Teu mistério

Assim, com o corpo aberto, me desvenda!
Quem há tanto tempo me cobra uma fresta, uma brecha.
O tempo para mim importa e importa a convivência, o tato, o brilho, a ciência.
Deixe o tempo descobrir a hora que não é morta;
Deixe a vida nos unir numa só voz, numa só intenção.
Assim, me vestirei de festa com um conjunto de cores de vários sabores e abraçarei além de ti o teu mistério.



1997

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Medida


Tudo tem um valor merecido e já havia esquecido de como dizer eu amo você. Pois, tudo curto começa curto, caminha curto e termina em curto.
Tudo médio se faz tão sério e vira um tédio.
Tudo intenso começa intenso, se passa imenso e se torna um remendo.
Tudo longo mora em casa de pombo e toca o gongo.
Tudo finito é limite de nós e é o que podemos suportar e transportar de um pólo a outro.
Curto, longo, médio, intenso.
E o valor do sentimento?
O que sobra para quem ama?
O que resta para quem se engana?
Talvez a gana por eternizar a ternura, aventura, loucura...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Outra chance

Nunca fazemos ao certo a viagem que planejamos.
Talvez, se nada planejar, se nada desejar!
Mas a dúvida escorrega no pranto, um delírio vaga no vento, porém o tempo é mesmo como parte do sofrimento.
Certos sonhos são facilmente realizáveis para tantos, e para mais tantos com pouco sentido de ser.
Para muito, teria de sonhar outros sonhos, aspirar outros encantos e realizar sonhos alheios.
Quem dera outra chance!
Ter visão além do alcance.
Seria viajar com igual imaginação à dos amplamente amados e abrigar novas certezas relativas aos sentimentos e de igual modo reconhecer que há mesma estatura os pensamentos.
Seriam anseios de encontrar corpos que não adormeçam ilícitos, mas cingidos de adornos sem falha, sem a vida querer planejar, sem nada dever ao tempo, sem nada quebrar para não ter que usar remendos.



1995

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Formas humanas

Deus criou cada pessoa com algum propósito. Decidiu criar lindas formas humanas e foi criada também uma outra essência, parte do corpo material. Derramou sobre tais formas, sentimentos, energia, atitude, imperfeição de gestos. Colocou alma, fôlego e o começo de uma jornada na Terra. Deu a essas pessoas poder de escolher serem alegres ou tristes; belas interiormente, ou nem tanto; transparentes ou obscuras; que transmitem paz ou trazem inquietação. Entregou nas mãos a liberdade.
Cada um trilha caminhos pela liberdade que lhe foi concedida.
Deus também nos deu o direito de fazer escolhas e observa de lá de cima o que fazemos de nós mesmos com toda liberdade que nos deu.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Carência

Carência minha que dá empolgação, que indica para mim a contra-mão.
Carência minha revestida e esculpida com nada mais nem menos.
Carência minha com causa e que causa dependência de você.



1995

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ausências

Somos ausentes de nós por comodidade ou timidez.
Mostrar-se oferece perigo ou satisfação.
Parecemos agradáveis a alguns olhos, a outros não.
Abusamos ou não da arte de sermos autênticos sem remorso.
Buscamos enfim a natureza humana na terra, também no fogo, na água, no ar, e buscamos o ser subjetivo e objetivo necessário.
Se conheces um ente na completa esfera da superfície, meio e profundidade, enxergas os mistérios do seu corpo mesmo sem a chance de enumerá-los ou denunciá-los, e apenas combinas sensações de diferentes intensidades ao prazer ou ao medo da entrega.
Ausentes não vivem, pois não estão.
Vive o ausente notadamente se o gentil o enxerga, e antes de tudo o percebe no caos da esfera evolutiva chamada mundo.
Como força inativa, ausentes nos faríamos. Mas ao despertar da consciência de nós mesmos como presentes no universo da mente, sem artifícios ou luzes emprestadas, seremos astros de luz própria em existências de forças e formas poéticas de belezas desiguais.
Existem influências de toda sorte nas existências que são e que não são percebidas, porém as influências se desencontram e perdem a força perante a imensa responsabilidade de se deparar no espelho consigo mesmas.


1995

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Jeito da vida

Pensar me faz transbordar, sonhar me faz suspirar.
Não sinto mais o que existiu porque antes era quase nada, depois se desfez em sua efêmera importância e não mais ficou.
Pensei...
e no ato exato do praticar, sonhei.
Transpirei diante das verdades do mundo, pelo jeito como nos fere e não percebe e de perto vi o mesclado jeito da vida. Vi jaça em quem me fez inconsciente e incógnitos os meus valores inocentes.
Um jeito que se inicia, um medo que se aproxima, um sentimento que se intimida...
É o jeito da vida!
Um mal que se acaba, um amor que em mim transpira.
E o medo da vida? A quem atemoriza?
Aos que não pensam, não sonham, aos que não sentem, não amam,
aos que não vivem.


1996

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Acertaria...

Acertaria em cheio se falasse o que ninguém nunca falou, se olhasse nos olhos de alguém e enxergasse o que ninguém jamais enxergou e ao tocar nas mãos, sentisse o que ninguém jamais sentiu.
Acertaria em cheio se amando alguém, sentisse o mar cair sobre mim, ouvisse o som dos sinos do começo e do fim.
Acertaria, não em cheio se pensasse que fui eu quem deu a luz ao sol para pratear o luar, para refletir a cor do mar.
Acertaria em cheio se descobrisse que a vida me realiza de todas as formas quando falo do nunca fui infeliz, quando falo do singular e sinto a mão mergulhar no amor da manhã e ouço o som do ar em forma de sino,
começo e fim de um hino.



1995