Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Letra por letra

Onde está a letra?
Ela sozinha não cria frase... palavra talvez.
Fui buscar a letra em minutos de vida, em lágrima, em sonho.
Em cada coisa que eu viver terei uma letra a mais para juntar e dizer e formar e...
poder mostrar o que é sentir, o que é guardar, e o que é olhar tão fundo a ponto de ver o profundo. E mostrar em que ponto as almas se unem e esquecer em que ponto elas se afastam.
A letra está, ela é e nos olhos se escondem e até brilham para dizer o que puderam juntar, que palavras criaram e dizer até onde se pode chegar com frases formadas inevitavelmente.
Alguém é capaz de juntar as letras do que viveu e as resumir numa palavra simples e definitiva, chamada fim. Outro alguém já não vê melhor alternativa que juntar as letras do que viveu, e sem saber resumi-las numa palavra e sim numa frase, dizer sobre o próprio erro de ter tido medo de perder...
Quando não existe o medo de enfrentar tudo, acreditamos que podemos tudo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Elos

Um desejo liga o fim a um começo.
Uma promessa liga a fé a uma bênção.
Uma luz liga o amor ao poder.
Ligações incolores transmitem um colorido de responsabilidade.
Ligações fazem transpirar dos corpos amor, juventude, complemento.
Ligações que dizem que da ação da essência emana o aroma da obediência
ao melhor lado de nós.
Ligando desejo e serenidade nasce necessidade de ver brotar, fazer notar que o tudo é demais para nós e que o nada daí então se converte em alguma coisa.
Do nascimento à consolidação das ligações eu vejo o possível, o sentido visível por desejar a eternidade.



1995

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pontos incertos

Quando se calam as vozes de dentro, falam os olhos perante um desejo tácito em nós, falando aos olhos apenas.
Três pontos incertos também podem ser três vidas representadas num eu, tu, ele...
O futuro.
Ele, o futuro, calou-se deixando a expectativa do que será, e tudo passa durante o dia, falando outros olhos aos teus num sonho, o silêncio de um toque de saudade.


1995

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Busca

Tudo existe com um significado e a explicação para isso não existe.
Se tudo existe a obra-prima se faz e um sonho se realiza, como uma semente de amor que germina, genuína.
Tanta coisa existe e entre as tantas, os encontros e desencontros, os enganos numa insegurança.
Existem significados em dicionários, mas não existe explicação para os solitários. Pois existe a força do pensamento, o movimento das mãos e o sorriso; existe o som da fantasia e seus encantos, o sabor da vida e a constante busca de sentido.



1996

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Caminhos por onde ando

Quem possui caminho, vai também pelo caminho do mar para conquistar amizades concretas, tocar em mãos secretas que têm muita sede de sentir.
Pelo caminho dos fiéis se vai, pois temos pouco tempo e o tempo urge, rude e tranqüilo como nem sempre conseguimos ser.
Sobre o crepúsculo se fala e sob o fim da tarde se abriga, compondo o amor e canções de valor com fundo sentimental.
Pelo caminho do realizar se vai, mantendo um querer sem ter que sofrer, sem distribuir dores e somente contar as cores que a vida der de presente.
Por certas estradas existem caminhos de sol, bifurcações, coisas separadas, existem escolhas e preços: ser livre ou ser prisioneiro?
Existe a dúvida do humano: sagrado ou profano?
Pelo caminho da vida se vai, mas sem seguir por atalhos espalhados; seguindo por espaços conquistados, deixando um rastro estampado nas corriqueiras lutas da vida.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Casas humanas

Volte sempre às suas casas, suas camas bem dormidas, se quiser.
Guardei meus móveis dentro de uma casa humana que não era eu e nunca mais irei buscar porque já não me servem.
Farei um novo mundo de cortinas e piscinas e serei as pedras que tremem, os violões de passageiros, a dormência das manhãs...
qualquer coisa, menos casa.
Uma me feriu com seus guardados por isso, agora sou dilúvio de um dia e arco-íris do futuro.
Sou a questão que te envolve e sustento suas novas dúvidas.
Estou aqui e esclareço a quem merece, meus sonhos e nada mais.



1995

terça-feira, 14 de abril de 2009

Dia após dia

Cada dia eu acordo e tu acordas.
Cada dia é uma nova força.
Cada dia levanto-me e te levantas.
Cada dia um trabalho desempenhado, a prova da energia.
Cada dia eu volto e penso, voltas e pensas.
Cada dia eu sonho, tu sonhas.
Em cada dia mora a intensidade.
Cada dia é um rosto que vejo, que vês.
Cada dia é um toque que sinto, que sentes.
Cada dia é um dia de conquista.
Cada dia a certeza de que ninguém está sozinho.


1996

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Brilho

Não me refugio no que já fui nem no que já passou.
Só me prendo às estrelas para brilhar como se fosse uma delas, sem que possa fugir do amor que nos prende a tudo que for vida, força, cor e coisa ardente.
O que já fui e o que se passou, morreu ontem, tornando o refúgio de antes deserto e o brilho das estrelas foi uma das coisas lindas que restou.

domingo, 12 de abril de 2009

Atmosfera...

Quando toda cidade adormece, nos encontramos no ar de toda a Terra, diluídos na atmosfera com dores de guerreiros, de feras.
Vemos no fundo de toda cor neutra um mar sem beira onde não podemos nos apoiar, nos suportar.
Por isso, cada lágrima chorada é a vida revoltada em noite parada.
Para essa dor há permissão, solução, fundição de nós, que ainda toscos levamos o que sobeja e não nos serve, mas que permanece em compartimentos do recinto coração que pede amor que faz reinar entrega e luz que clareia o semblante do sentimento.
Pela sobrevivência, viramos a força que não tínhamos sem nos esquecer de que éramos quem não sabíamos, mas sem a essência das coisas resolvidas.
Por amor, que engrandece e eleva a alma, abrimos sorrisos no íntimo e destruímos mesmo sem saber aquilo que furta a vontade de viver.


30/08/2000

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Capricho do homem

O capricho do homem pulsa, vive, acelera o acontecimento natural.
Caprichoso, o homem nem sempre se entende, mas se rende quando não se prende no próprio sangue, ileso.
Mesclado a ele, o sangue, o homem não se rende e persiste no capricho
porque no sangue mora a pressa por oxigênio vivo, não adormecido.
No sangue do capricho do homem emana o sonho que não passa. É do sangue que vem a força do realizar a pulsar na corrente que dá forma a mais um capricho do homem.



07/10/1997

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Através de mim

Através de mim verás uma estrada e um rio por onde passa minha lúcida embriaguez.
Verás através de mim o teu sonho, a tua vontade de realizar, as tuas cores e os teus sons.
Através de mim verás que o tempo não se acaba, que o meu amor não se finda e que a morte não nos extermina.
Verás meu corpo sereno, meu espírito e minha alma.
Verás as nuvens alvas e um rastro na eternidade.



1996

sábado, 4 de abril de 2009

Quem dera

Quem me dera existir num mundo ingênuo sob um céu azul isento de um cinzento!
Quem nos dera existir num mundo onde não existissem excluídos nem seres perdidos!
Ao tilintar um unânime desejo todos se encontrariam, se entenderiam e participariam enfim da vida.
Quem me dera não ver pessoas correndo atrás de padrões fúteis e valorizando causas inúteis!
Quem dera existir a falta de obstáculos para que um sorriso se expresse, para que uma alma se ilumine!
Quem me dera ter agora as palavras certas, os minutos e as horas secretas
de te fazer sonhar!
Quem dera não existir o que impede o subsistir, um sino que soe, uma pomba branca que voe!



1996

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Alguma ciência

Houve quem descobrisse a ciência, mas quem descobrirá quem é quem?
O que fará de nós algo que se estuda, algo que se aprenda, senão a ciência?
Quem entenderá quem através de loucuras faladas em linguagem científica?
Seja então apenas um pedaço de vida diversificada, dividida entre estrelas; talvez um pulso que pulsa, mesmo que inerte, mas inerente a uma vontade; quem sabe uma fonte de luz não camuflada nem se quer exagerada.
Tenha a ciência de ser o que quiser ser sem fazer estardalhaço nem cometer pecados.
Se preferir tenha menos ciência e mais arte em mãos decididas que sabem no que tocam, a quem tocam e como tocam.


1996