Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A FESTA JUNINA



Para nós, os evangélicos, os tempos estão mudados. Há duas ou três décadas atrás, era considerado pecado participar de eventos como festa junina, carnaval e outras manifestações populares. Hoje o povo está dividido. Com o crescimento desordenado de denominações, os valores se inverteram, novas interpretações têm sido dadas a textos bíblicos e o pecado deixou de ser tão pecado assim.
O problema é que as denominações tradicionais não fazem uma “convenção de ministros” para tratar de temas de interesse do povo de Deus. As inúmeras convenções são verdadeiros encontros políticos para demonstrações de poder entre as facções eclesiásticas.
Temas como “o crente pode ou não pode participar das festas juninas?”, ou, “o crente pode fazer sua própria festa junina”? nunca são tratados.
Resta-nos dar a orientação que achamos conveniente, não em nome da denominação que sou membro, mas em meu próprio nome e de acordo com minha experiência cristã e visão da Obra de Deus.
Em relação à festa junina, por ser ela uma festa popular, que pelo tempo terminou se incorporando ao folclore brasileiro, a pergunta que nos tem sido feita constantemente é: Há alguma implicação espiritual para o crente ou para a igreja que participa ou realiza uma festa junina?
FOLCLORE – A UNESCO declara que folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação. O folclore se manifesta nas crendices, nas simpatias e nas superstições contra os ventos, as chuvas, os raios e as doenças.
No meu entender, o folclore, por mais divertido e ingênuo que pareça ser, é uma demonstração da falta de fé que um povo tem em Deus e no Evangelho. Quando um povo não conhece a Deus através de Sua Palavra, fica preso a superstições, a crendices, e tentam com isso espantar os seus "fantasmas" com enredos, fogueiras, fogos de artifícios, e outros elementos como subir escadarias de joelhos, apedrejar a imagem do Judas, saltar sete ondas, jogar flores em lagos, rios e mares, e tantas outras coisas que mostram pobreza de conhecimento das riquezas da graça.
Nem é preciso relembrar a origem idolátrica da festa junina, uma vez que isto é de conhecimento de todos. O que temos observado é que em muitas festas juninas, atualmente, nem menção se faz mais a São João ou a qualquer outro santo que antigamente era cultuado neste evento.
Também sabemos que quando os evangélicos realizam uma "fogueira santa", ou, uma "festa genuína" ou, qualquer coisa deste tipo, nem se pronuncia qualquer referência aos santos. Com isto temos ouvido argumentos a favor da realização de tais eventos no meio do povo evangélico.
Já que o crente é tão festeiro e um povo tão alegre, por que não incorporar a festa junina às nossas festividades e fazermos uma festa que resulte na união do povo de Deus?
Afastando-se a idolatria, que mal há em festejar, principalmente em uma festa onde vamos comer tantas coisas gostosas que nos faz lembrar nossas raízes? 
Da minha parte, eu vejo isto como uma demonstração da "saudade do Egito".
> Números 11:5 - Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos.
O resultado da falta de estudos bíblicos aprofundados e da falta de pregações genuínas da mensagem do Evangelho é exatamente esta, a saudade dos pepinos, dos quentões, dos contos, das danças.
O povo de Deus está ficando à margem das riquezas da graça e está sentindo necessidade de copiar as músicas mundanas, os shows, os ritmos, as crendices e as festas idolátricas.
O Evangelho que não afasta do coração das pessoas a saudade do Egito é um evangelho fraco, debilitado, carente de conteúdo. A igreja que sente necessidade de incorporar festas pagãs às suas atividades é uma igreja mista. O crente que não abandona definitivamente tudo o que pertence à vida pagã e idolátrica é como o cativo que voltou da Babilônia, depois de setenta anos de escravidão, mas, leva os seus netos para conhecer o lugar onde esteve cativo, especialmente nos dias dos festejos do povo que o escravizou.

O que a Bíblia dia a esse respeito?

> Isaías 48:17 - Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar... Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de júbilo, fazei ouvir isso, e levai-o até ao fim da terra; dizei: O SENHOR remiu a seu servo Jacó. E não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas correram. 
> Apocalipse 18:2 - E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável.
> Apocalipse 14:4 - E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
> 1 João 2:15 - Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

Portanto, como presbítero, como pastor, como pregador, como crente, como sacerdote do meu lar, eu vou continuar ensinando que o crente não deve participar nem realizar festas juninas. O crente não precisa disto.

Em Cristo, Sandoval Juliano - O Presbítero - 15.06.2012.

Fontes de consulta:

O São João nada mais é que a comemoração da morte de um justo, um santo de Deus, João Batista.
Na festa de aniversário do rei Herodes fizeram uma grande festa com danças, comidas e bebidas. Ele se agradou tanto da dança de Salomé,  filha de Herodias (amante do rei) que disse à menina pra pedir o que quisesse a ele. A menina foi perguntar à mãe dela o que pedir. A mãe dela, que tinha raiva de João porque ele falou ao rei que não era lícito o rei tomar para si a mulher de seu irmão (Filipe). E ela queria ver João morto por isso. Então mandou a menina pedir a cabeça de João Batista. O rei já havia prometido que daria o que a moça pedisse e mandou decapitar João e entregou a cabeça dele à menina num prato.
Jogaram a cabeça dele numa fogueira e dançaram e festejaram, daí a festa junina. Porém muitos preferem acreditar que a festa junina surgiu do fato de Isabel ter acendido uma fogueira pra avisar a Maria do nascimento de João. [Marcos 6:17-28; Mateus 14:3-12] 

2 comentários:

Liliana Seven disse...

Tiago 1:22 - "E sede CUMPRIDORES da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos."

A. S. Souza disse...

Bom dia Lilian.
Tenho de, inicialmente, saudar a epígrafe de sua página. Também, apesar de não ser religioso, não posso deixar de cumprimentá-la por sua visão de mundo, seu entendimento sobre a realidade, maneira com que expõe seus textos.
Creio que este país padeça do mal da felicidade "do agora". A busca de uma felicidade sem medidas, longe de tudo que tenha cânon ou que tenha boa fé.