Tempo não pára não!
Mas perece com o limiar de um outro tempo.
Nem num suave toque das mãos nem num não que a gente diz a ele,
não pára não.
As lembranças podem ser eternas porque podemos pará-las, relembrá-las,
quem sabe amá-las!
Tudo o que amo fica comigo e não se esvai não, não é esquecido não, não passa não...
não pára não.
A alegria de um tempo não se perdeu, não se esqueceu, mas rolou uma lágrima de tristeza momentânea como por algo que quase se desfez no tempo.
Algo mudou, não se desfez e se encontrou nos caminhos de um coração
onde não existe tempo, espaço, desencontro, embaraço ou esquecimento.
E a outro coração eu me rendo. Só não me rendo a um remendo de uma dúvida ou de um silêncio.
Um comentário:
Se no final do arco-íris houvesse o tempero do amor...
Se domássemos a razão com o bom-senso
A racionalidade nos serviria e não nós a ela
Se pudéssemos colocar as paixões dentro de um barril
Seriam tão mais interessantes daqui a mil anos
Se todos céus e terras unidos sob uma única bandeira
Lembraríamos que na infância não separávamos as coisas
Se os ventos soprassem na direção das almas puras
Ouviríamos palavras sábias e menos a televisão
Se os políticos fossem sábios que odiassem o poder
O mundo teria uma "Justocracia"
Se a nudez fosse menos escandalosa do que a falta de vergonha
Sairíamos nus todos os dias, mas com um saco na cabeça
Se parte dos campeonatos fossem existenciais
Discutiríamos filosofia e os estádios seriam bibliotecas
Se Kafka fugisse da barata
Aí, realmente não saberia, o que se poderia ou se perderia
Ou se Virgílio, declamasse de Camões a poesia
Ó mar lusitano da Bahia!
Carlos Costa
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