Sobre textos e pensamentos religiosos

Caros leitores e seguidores do meu blog,

Em relação aos meus pensamentos e textos religiosos, quero que saibam que não estou impondo como verdade absoluta aquilo que sinto e acredito como correto. Cada pessoa tem sua experiência e seu sentimento com Deus.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sobras do tempo

Temos pouco tempo para sermos vida e sentirmos a vida.
Mas o que somos e sentimos se não nos sobra um tempo?
Somos e sentimos nada, somos um sopro no vento. Resta pouco tempo.
E o que queremos?
Ser imortais.
Não se tem mais tempo para ser feliz...
Para dar e receber amor, não se tem tempo.
Responde ao menos: o que fizeste dos sonhos que lhe dedicaram?
Acaso viraram espectros?
O que fizeste com uma perspectiva?
Uma diretiva sem ter compreensão do que vale a pena?
O que fizeste da mão estendida quando a confusão dilacerava?
Fora abandonada, aviltada?
O que fizeste com o olhar fito em sua direção?
Fora desviado, já enfadado por não encontrar o teu?
O que fizeste com o sorriso?
Algo sem motivo de ter expressão?
O que fizeste com o sentimento?
Colocou-o à prova quando disseste que em ti não o tinha?
O que fizeste com as palavras que tão doces derramaram sobre ti?
Foram afogadas quando por ti consideradas desnecessárias?
O que fizeste da memória de toda uma vida?
Um lapso apenas?
O que fizeste enfim com tua vida?
Desagregada, esquecida, complicada, finita, descompassada...

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Desse jeito



Quem sabe sentirei a saudade estranha!
Aquela que não sabemos bem ao certo se é do que já fomos ou do que não fomos, do que não vivemos...
Estranha saudade!
Talvez saudade de olhar nos olhos de alguém...
nem sempre encontramos alguém capaz de olhar dentro dos olhos, e é disso que preciso!
Tenho sede de olhar por dentro, descobrir sem violar; tenho vontade de saber que ainda existem pessoas que se doam sem esperar nada em troca;
ver grandeza verdadeira, atitudes que valem a pena.
Sonho encontrar alguém que eu possa sentir, mesmo estando longe...
criaríamos laços que nos envolveriam e nos uniriam mesmo à distância...
nem o tempo apagaria o que conquistaríamos!
Despiria-me de capas, não existiria máscara... nunca houve. Límpido seria por dentro, ao redor.
Não conheço forma melhor que o transparente; forma melhor que o cofre sem chave ou segredo, onde se guardam as intenções, pois elas jamais devem ser capazes de nos envergonhar, trazer algum embaraço.
Insisto conquistar a sorte de ser envolvida por quem pensa, sente, olha fundo, queira e se permita ser desse jeito.



2003

sábado, 27 de dezembro de 2008

Vislumbre





Todo pensamento que se cobre por um vislumbre, tem a sede de estar presente.
No aspecto livre das vidas, trazemos duas esperanças banhadas de desejo por unir, até que o mundo gire mil voltas num minuto.
Trazemos à existência o já vivido para ser só vida envolta, solta e sem neblina.
Na dedicação de um pensamento, dias, horas, noites e vidas, vive-se como se fosse de alguém, onde se é o que se é ou é outra pessoa, onde se tem mil faces em apenas uma por satisfação de uma fantasia.
Alguma coisa é viver. E pode-se também ser alguém de momento em qualquer tempo e tentar eternizá-lo, bastando para isso um desejo que se abra como uma flor no jardim das esperanças.


1999

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Florestamente

Vasto é o meu pensar quando sou vida.
Às bordas do sim, conto flores e pétalas da hora de dizer o que flutua em mim.
É humilhante a condição do que não pensa e nem é dado ao astral de perceber os sons, os sentidos enfim.
Vasta me sinto.
Florestamente devastada quando pensam que sou apenas flora e não fauna; a junção do verde com a vida.



1995

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Matéria

Feitos e efeitos da matéria.
Matéria mestra, matéria íntima; o néctar da menina.
Matéria em curso unindo um percurso a um aprendizado.
Matéria...
traçado projeto, em mente um objeto.
Matéria pura, natural da vida que veio da terra.
Matéria que se pega e no fundo se apega; apegados estão, apegados, não sei se ficarão.
Não vale a pena matéria!
Matéria sem ganância...
única matéria que vale na vida.



1996

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Desgaste

Como, quando e onde sou para você importante?
Como, quando e onde sou em ti penetrante?
Como, quando e onde sou apaixonante?
Como, quando e onde...

não sei não...
é desgastante.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sentimento


Quem ousou conhecer a fundo o sentimento?
Ousei apenas senti-lo revolver-se em mim.
Ao senti-lo assim inteiro, senti também as conseqüências de desejá-lo sempre
em tudo o que vivo, com direito às suas mutações, que refletem o estado da alma daqueles que amo.
As conseqüências são para quem vive com paixão...
Tudo dói, tudo explica, tudo encanta, tudo nasce, tudo envolve, tudo sorri, tudo colore, tudo canta, tudo é o começo do bem, tudo é o fim.
Ousei criticá-lo pelo que ele é, ousei me redimir e aceitá-lo aqui dentro.
Não procurei o sentimento, não pensei em nada a não ser no tempo que corre,
e quando escrevo para o sentimento, penso apenas nele.
Quando divago, penso, reajo... é ele que tenho ao redor. Ele sabe sem que eu diga,
o que pretendo, que é encontrar alguém que acredite no que protejo agora,
que é nada mais que sentimento;
encontrar alguém que sem questionar, me receba com tudo o que tenho – sentimento.
Não apenas sentimento do tipo que se sente quando se empolga
como também do tipo que se deseja como verdadeiro,
no anseio aceitável de querer que alguém me ame e que eu acredite sem inquirir
que amor assim existe, e deixar, porém, que o tempo revele o que é, o que foi,
o que será do que se sente. Porque o tempo corre...
É preciso mais sentir do que questionar; é preciso mais viver do que querer dominar sentimentos.
Não faço e nem reclamo promessa de amor eterno. Faço nascer o que há de sincero,
que nasceu junto comigo.
Quero viver com sentimento, porque não amo pessoa ou coisa apenas,
mas amo sentir que ainda sinto, e amar dizer que amo é complementar palavra-sentimento,
que embriaga de amor e me reduz a um reflexo da vida que terei, se eu permitir.
Aqui reside o sabor da vida, que nos compensa com vivências inimagináveis e duráveis
como a duração de uma vida.
Quem dera apalpar o sentimento e manipulá-lo como conviesse!
Seria o poder perigoso de calcular o viver a beleza e intensidade daquilo que se sente,
seria o domínio que não se tem e o controle daquilo que se vê e toca.
Não sentiria o gosto amargo de uma dor qualquer porque tenho o domínio,
mas também seria o dominar para depois sentir. Seria crer apenas naquilo que se vê,
bem mais do que no que se pode sentir.
Mas ele foi feito para ser sentido e ai de nós sem o sentir!
Seríamos pedra. Sentimento em pedra não se realiza, mas em nós, desempedrados,
sentimento é vida.
Pode ser bom, pode ser ruim;
pode ser modificado;
pode ser extinto;
pode ser infinito.



2006

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Toda vida

Coisas passam. Pessoas em sua vida também passam. E do mais além, do que adianta alimentar vozes na garganta que gritam para os que não escutam?
Histórias passam. Dentro de mim passaram e arrasaram meu sentido de ser comum.
Ser ou não ser incomum?
Por agradar, para festejar algum bem que se faça por mim e pelos outros.
Cada vez entendo mais que quero é paz, sentir meu sonho e escrever e do próprio punho perceber que as cores da vida mudam sempre de uma tonalidade para outra.
E cada dia, em nós e para nós descobrimos tesouros ou aos gritos ou aos prantos ou aos poucos dentro do que se movimenta.
Talvez um dia você entenda, tudo na desordem das palavras.
Talvez então você se renda.


1995

domingo, 7 de dezembro de 2008

Na leveza

Que levemos a vida na leveza, no firme propósito de sermos livres e não seres enclausurados em cascos feios, frios e petrificados de mágoa, de ódio, vazio e de nada.
Não seja pedra, não seja um bruto!
Seja livre e seja vida.


17/05/2004

sábado, 6 de dezembro de 2008

Elemento da vida

Eu ouvi seu coração, um elemento da vida.
Este teu som, que exprime suave aroma, graça e mais vida ao gosto azul de te olhar, me faz crescer.
Sou asas, mais veloz eu sou; sou pássaro, mais leve eu sou; sou mulher, mais fiel eu sou porque sinto que me abrigas.
Cada dia mais eu sou mais e a solidão, menos, menor, solitária.
E na junção dos nossos corpos suavizados, imunes, não existe o mal; existe o som de astros, a firmeza na vida, o amar o nosso beijo e juventude e o sorriso da eternidade num aceno, num consentimento.



1997

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Não pára, o tempo

Tempo não pára não!
Mas perece com o limiar de um outro tempo.
Nem num suave toque das mãos nem num não que a gente diz a ele,
não pára não.
As lembranças podem ser eternas porque podemos pará-las, relembrá-las,
quem sabe amá-las!
Tudo o que amo fica comigo e não se esvai não, não é esquecido não, não passa não...
não pára não.
A alegria de um tempo não se perdeu, não se esqueceu, mas rolou uma lágrima de tristeza momentânea como por algo que quase se desfez no tempo.
Algo mudou, não se desfez e se encontrou nos caminhos de um coração
onde não existe tempo, espaço, desencontro, embaraço ou esquecimento.
E a outro coração eu me rendo. Só não me rendo a um remendo de uma dúvida ou de um silêncio.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Vidas recicléveis

Não importa que tudo um dia se vá,
se dilua no vento,
no tempo.
Importa a energia da vida que nos ensina a continuar,
a recomeçar de onde paramos.
Importa entregar as mágoas aos seus abismos,
suas trevas de onde vieram...
importa crer que foi importante se reerguer depois de golpes e lutas frias...
crer que existem alegrias e vários começos de vidas recicláveis.



1995